(Última atualização a 04/11/2023 )
A origem das gemas é essencialmente mineral, sendo por esse motivo, que habitualmente usamos a palavra pedra para as descrever.
No entanto, o Coral, o Marfim ou o Âmbar, não são pedras, nem sequer têm origem mineral, mas sim orgânica. Para simplificar utilizamos a palavra gema que significa pedra preciosa.
O que são gemas?
Gemas é o termo usado na atualidade para denominar o que popularmente se chama de pedras preciosas ou semi-preciosas. Em Gemologia, a ciência que se dedica ao estudo desta área, uma gema é um material utilizado em joalharia, seja de origem mineral ou orgânico.
As três caraterísticas que definem as gemas são, beleza, durabilidade e raridade. Vamos aprofundar um pouco mais estes conceitos, para que seja mais claro o que significam neste contexto:
1. Beleza
Para ser considerado uma gema, o material em questão deve ser suficientemente atrativo. As vezes é a cor, uma certa transparência, um brilho especial ou algum aspeto caraterístico como as ondas e círculos concêntricos da Malaquite.
Mesmo se a maior parte das gemas precisam da mão humana para revelar a sua beleza interior, as pérolas, são exemplo do contrário. Só precisam de uma leve limpeza, para mostrar todo o seu esplendor.
2. Durabilidade
A beleza das gemas deve ser suficientemente durável para resistir o seu uso normal em joalharia. Se o material é demasiado frágil ou solúvel em água, como por exemplo é o caso da Halita, este não pode proporcionar uma joia durável.
3. Raridade
Finalmente, uma gema deve ter um certo nível de raridade. No entanto, o seu nível de raridade não pode ser extremo, para que exista uma disponibilidade constante no mercado internacional.
As gemas muito raras são normalmente utilizadas em joias personalizadas. Estas tornam-se joias únicas, impossíveis de replicar, pela escassez na natureza do material com que são feitas.
Tipos de gemas
Existem vários tipos de gemas sintéticas e artificiais que também são utilizadas em joalharia, mas são materiais de produção humana facilmente replicados.
Quando procuramos conhecer a origem das gemas naturais, percebemos que estas podem ser essencialmente divididas em dois grupos. Um grupo menor que engloba as várias gemas orgânicas e um grupo maior, que são as gemas de origem mineral, também conhecidas como pedras preciosas.
Origem das gemas orgânicas
As gemas com origem num animal ou vegetal, são as chamadas gemas orgânicas. Sabemos que a maioria das gemas são de origem mineral, mas surpeendentemente, a joia mais antiga catalogada por arqueologistas, é parte de um colar feito de garras de águia.
O local desta descoberta foi a Croácia, e a antiguidade desta peça remonta a 135,000 anos. Comprova-se assim, que já desde o início da história da joalharia, encontramos peças de origem orgânica.
Hoje em dia, se bem que são poucas as gemas orgânicas habitualmente utilizadas em joalharia, estas são bem conhecidas. Entre as mais famosas encontramos:
Pérola – Estas são as gemas orgânicas mais reconhecidas e utilizadas em joalharia. As pérolas formam-se no interior de um ser vivo, normalmente ostras ou mexilhões perlíferos.
Existem de muitos tipos diferentes de pérolas, sendo a divisão mais importante entre elas, a existente entre as pérolas de água de mar ou água doce.
Madrepérola – A Madrepérola é também conhecida pelo termo nácar. Consiste na parte interna da concha de alguns moluscos. A Madrepérola é utilizada para fazer figuras ornamentais, botões ou peças para utilizar em joalharia.
A cor de base desta gema é normalmente clara, com os reflexos caraterísticos de tom pérola. No entanto, existe Madrepérola de fundo escuro e também uma Madrepérola de cores vibrantes, com tons azuis e verdes, chamada Abalone.
Marfim – Tradicionalmente, o marfim é proveniente dos grandes dentes dos elefantes, mas existe também joalharia de marfim proveniente de outras especies. Temos assim joias feitas com marfim de morsas, hipopótamos, javalís e até dos dentes caninos de mamutes.
Âmbar – Entre as gemas de origem organica, esta é uma das mais famosas. Devido à sua atraente cor e as suas propriedades naturais do Âmbar, este sempre atraiu o interesse dos apreciadores de joias, mas também dos colecionadores.
Resina fossilizada de antigas coníferas, o Âmbar pode conter no seu interior insetos ou restos de plantas, com milhares de anos, que ficaram presos na sua fase de formação.
Azeviche – Esta gema é uma madeira fossilizada. Um tipo de carvão, diferente do resto dos carvões, porque só deriva de uma espécie de árvore do Jurássico. A constituição do Azeviche pode ter uns 180 milhões de anos de antiguidade.
Coral – Pequenos organismos marinhos com esqueletos sólidos que vivem em colonias nos fundos do mar. Existem centenas de espécies diferentes de Coral, mas o mais utilizado em joalharia é o Coralium rubrum.
O Coral está hoje em dia muito protegido, devido ao excesso de exploração que estava a provocar a sua rápida extinção.
Gemas de origem mineral
A maioria das gemas utilizadas em joalharia e cristaloterapia pertencem a este grupo. As gemas de origem mineral, são formadas por diferentes processos que incluem erosão, altas temperaturas, pressão, o tempo, entre outros.
Existem três grandes grupos de formação de minerais, magmático, sedimentar e metamórfico:
Magmático – Relacionado com o magma que é a massa de rochas líquidas com origem na profundidade do planeta, perto de lugares muito quentes. Os minerais magmáticos são formados quando o magma arrefece e solidifica.
O arrefecimento e solidifcação pode acontecer lentamente, quando o magma está preso no interior da terra, o processo de arrefecimento pode demorar milhares de anos. Exemplos deste tipo de formação são o Quartzo, a Turmalina, o Diamante ou berilos, como a Esmeralda e a Água-marinha.
Quando o magma é levado por distintas forças naturais até à superfície, o arrefecimento é rápido. A Obsidiana é um exemplo do arrefecimento rápido do magma.
Sedimentar – Os minerais sedimentares, formam-se a partir de fragmentos erosionados de minerais pre-existentes. O tempo, a erosão e a litificação são processos relacionados com este tipo de rochas e minerais. A Turquesa e a Calcite são exemplos deste tipo de formação.
Metamórfico – Através de processos que entre outros factores, envolvem altas temperaturas e alta pressão, minerais pre-existentes são transformados em outros minerais. Esta é uma formação de que tem lugar em zonas muito profundas da terra. A Magnesite, a Cianite e algumas granadas são exemplos que entram nesta categoría.
Esperamos ter contribuído para esclarecer um pouco mais sobre a origem das gemas. Deixamos-lhe a sugestão de alguns livros que vale a pena consultar, no caso de pretender ampliar e aprofundar os seus conhecimentos:
Maggie Campbell Pedersen, Gem and Ornamental Materials of Organic Origin.
Nicola Cipriani, The Encyclopedia of Rocks and Minerals.
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